Patologias

Artrose de joelho

Artrose de joelho
Artrose de joelho

 

A artrose de joelho é uma das doenças mais comuns que afetam essa articulação. Trata-se de um processo degenerativo em que a cartilagem — tecido responsável por revestir e amortecer as extremidades ósseas — sofre desgaste progressivo. Essa perda de proteção leva ao atrito entre os ossos, provocando dor, rigidez e dificuldade de movimento.

Quem é mais afetado?

A artrose no joelho é especialmente frequente em pessoas acima dos 65 anos, atingindo cerca de 70% a 80% da população nessa faixa etária. As mulheres apresentam maior predisposição devido a fatores estruturais e hormonais, além da maior fragilidade óssea em comparação aos homens.

Por ser uma doença inflamatória crônica e progressiva, a artrose não aparece de forma súbita. Seus sintomas se instalam e pioram com o tempo, sendo os principais:

  • Dor contínua, que tende a se intensificar após atividades físicas ou esforço repetitivo;
  • Rigidez articular, principalmente em dias frios ou pela manhã;
  • Dificuldade de locomoção, tornando doloroso andar em terrenos irregulares, subir ou descer escadas;
  • Deformidades no joelho, que pode “entortar” para dentro (genu valgo, joelho em X) ou para fora (genu varo, joelho arqueado);
  • Perda da amplitude de movimento, dificultando dobrar ou esticar completamente a perna;
  • Inchaço articular (“água no joelho”), que pode ser duro, por causa da formação de osteófitos, ou macio, devido ao acúmulo de líquido;
  • Sensação de falseio, associada à instabilidade quando os ligamentos ficam sobrecarregados;
  • Fraqueza muscular, principalmente no quadríceps, já que a dor constante gera inibição muscular, prejudicando atividades simples como descer escadas.

Até hoje, não há tratamento capaz de reverter ou impedir a progressão da artrose. No entanto, existem estratégias eficazes para controlar os sintomas e preservar a qualidade de vida.

O tratamento conservador se baseia em:

  • Exercícios aeróbicos de baixo impacto, como caminhada e natação;
  • Fortalecimento muscular direcionado, principalmente dos músculos da coxa;
  • Controle de peso corporal para reduzir a sobrecarga no joelho;
  • Uso de medicamentos e infiltrações para alívio da dor em casos selecionados.

Quando as limitações se tornam graves e o tratamento conservador não é suficiente, pode ser indicada a artroplastia do joelho — cirurgia em que a articulação é substituída por uma prótese. Esse procedimento devolve mobilidade, alivia a dor e permite que o paciente retome atividades do dia a dia com mais segurança.

 

 

Lesões ligamentares

Lesões ligamentares
Lesões ligamentares

 

As lesões nos ligamentos do joelho costumam acontecer principalmente em situações de torção da articulação. Esse tipo de trauma é bastante comum em esportes como futebol, esqui, handebol, artes marciais e diversas modalidades que exigem mudanças bruscas de direção.

O impacto pode ocorrer de duas formas:

  • Com contato direto, como em choques ou colisões entre atletas;
  • Sem contato direto, quando há um movimento de rotação do joelho enquanto o pé permanece fixo no solo.

Cada ligamento tem uma função específica na estabilidade do joelho. O tratamento depende do tipo de lesão, do grau de instabilidade e se há outros ligamentos comprometidos. Enquanto alguns têm boa recuperação sem cirurgia (como o LCM em casos isolados), outros, como o LCA e o ligamento patelar, geralmente exigem reconstrução cirúrgica.

 

 

Conheça as principais lesões ligamentares:

 

 

Ligamento cruzado anterior (LCA)

Ligamento cruzado anterior (LCA)
Ligamento cruzado anterior (LCA)

 

Localizado no centro do joelho, o LCA é responsável por controlar os movimentos de avanço da tíbia e pela estabilidade rotacional da articulação.

 

A ruptura acontece, em geral, em torções durante a prática esportiva. Na maioria dos casos, a cirurgia é necessária para restaurar a função e prevenir novos episódios de instabilidade.

 

Ligamento cruzado posterior (LCP)

Ligamento cruzado posterior (LCP)
Ligamento cruzado posterior (LCP)

 

Também situado na região central do joelho, o LCP atua como estabilizador posterior, evitando que a tíbia deslize para trás.

 

As lesões podem acontecer em esportes de contato, mas são ainda mais comuns em acidentes de alto impacto, como batidas de carro ou quedas.

 

Quando o LCP se rompe de forma isolada e sem causar instabilidade grave, o tratamento costuma ser conservador, com imobilização e fisioterapia.

 

Já em lesões múltiplas ou mais graves, a cirurgia pode ser indicada.

 

Ligamento colateral medial (LCM)]

Ligamento colateral medial (LCM)
Ligamento colateral medial (LCM)

 

Conhecido também como ligamento colateral tibial, é o principal estabilizador da parte interna do joelho, protegendo contra movimentos em “valgo” (quando o joelho se desloca para dentro).

 

Graças à sua boa capacidade de cicatrização, rupturas isoladas do LCM normalmente não exigem cirurgia, sendo tratadas com repouso e reabilitação.

 

Entretanto, quando ocorre junto a outras lesões — principalmente associada ao LCA — pode ser necessário tratamento cirúrgico.

 

Ligamento colateral lateral (LCL)

Ligamento colateral lateral (LCL)
Ligamento colateral lateral (LCL)

 

Chamado também de ligamento colateral fibular, fica na parte externa do joelho e impede que a articulação se abra em “varo” (joelho arqueado para fora).

 

Raramente sofre lesão sozinho. Geralmente está envolvido em rupturas complexas do canto póstero-lateral, que costumam exigir cirurgia para restaurar a estabilidade.

 

 

Ligamento patelofemoral medial (LPFM)

Ligamento patelofemoral medial (LPFM)
Ligamento patelofemoral medial (LPFM)

 

É o principal responsável por manter a patela (rótula) bem posicionada.

 

Na primeira luxação da patela, o rompimento do LPFM pode ser tratado de forma conservadora, com imobilização e fisioterapia.

 

Mas, quando as luxações se repetem, a cirurgia passa a ser a opção mais indicada, muitas vezes associada à correção do formato ósseo do joelho.

 

Ligamento patelar (tendão patelar)

Ligamento patelar (tendão patelar)
Ligamento patelar (tendão patelar)

 

Liga a patela à tíbia e transmite a força do quadríceps, permitindo o movimento de estender a perna.

Lesões pequenas podem ser manejadas de forma conservadora, mas rupturas extensas ou completas exigem reparo cirúrgico para que o paciente volte a andar e se movimentar normalmente.

 

 

 

Ligamento anterolateral (LAL)

Ligamento anterolateral (LAL)
Ligamento anterolateral (LAL)

 

Fica na face externa do joelho e costuma estar envolvido em lesões do LCA.

Atualmente, em pacientes com maior risco de nova ruptura do LCA, os cirurgiões realizam também a reconstrução do LAL durante a cirurgia, reforçando a estabilidade e diminuindo a chance de recidiva.

 

Deformidades angulares

Deformidades angulares
Deformidades angulares

 

Essas alterações provocam mudanças no alinhamento das pernas, modificando a forma como o fêmur se articula com a tíbia e comprometendo a distribuição das cargas durante os movimentos.

Diversos elementos podem estar relacionados ao desenvolvimento de deformidades nos joelhos. Entre os mais comuns, destacam-se:

Fatores genéticos: predisposição herdada que influencia a formação óssea e o alinhamento das articulações.

Lesões e traumas: acidentes esportivos, quedas ou impactos diretos podem comprometer a estabilidade e levar ao desalinhamento progressivo.

Condições médicas: doenças como raquitismo, artrite, artrose ou alterações do metabolismo ósseo afetam diretamente a estrutura do joelho.

Obesidade: o excesso de peso impõe sobrecarga constante sobre a articulação, acelerando o desgaste e favorecendo desvios.

Essas deformidades podem surgir em qualquer pessoa, mas alguns grupos apresentam maior probabilidade de desenvolvê-las.

Crianças e adolescentes

Durante fases de crescimento acelerado, crianças e adolescentes ficam mais vulneráveis a distúrbios ósseos que podem resultar em desalinhamento dos joelhos. Por isso, pais e responsáveis devem observar sinais como pernas muito arqueadas ou em “X” e buscar avaliação médica precoce.

Atletas

Praticantes de esportes de impacto ou com movimentos repetitivos — como corrida, futebol, artes marciais e ginástica — apresentam maior risco de sofrer lesões ligamentares e meniscais, que podem evoluir para alterações de alinhamento.

Adultos e idosos

Nos adultos, o sobrepeso, a fraqueza muscular e doenças degenerativas como a artrose contribuem para a progressão das deformidades. Já nos idosos, além do desgaste natural da cartilagem, a perda de massa muscular (sarcopenia) intensifica a instabilidade.

Histórico familiar

Indivíduos com familiares que apresentam genu varo (joelho arqueado) ou genu valgo (joelho em X) têm risco aumentado de desenvolver a mesma condição, principalmente quando somado a fatores ambientais, como sobrepeso e baixa prática de exercícios físicos.

Joelho varo

O genu varo, popularmente chamado de joelho varo ou “pernas tortas”, é uma alteração no alinhamento dos membros inferiores em que os joelhos se projetam para fora, criando o aspecto arqueado das pernas.

Essa condição acontece quando a tíbia — o maior osso da perna — se inclina para dentro em relação ao fêmur, o osso da coxa. Como resultado, os joelhos se afastam lateralmente. O oposto dessa alteração é o genu valgo (ou “joelho em X”), no qual os joelhos se aproximam em excesso um do outro.

O alinhamento entre o fêmur e a tíbia é conhecido como ângulo tibiofemoral. De acordo com Kapandji (1987), a angulação fisiológica considerada normal fica em torno de 170°.

No caso do joelho varo, essa angulação ultrapassa os 180°, o que modifica a distribuição das forças no joelho e aumenta a sobrecarga sobre a face interna da articulação.

Essa alteração também influencia o mecanismo do quadríceps e do tendão patelar, afetando a forma como a patela (rótula) desliza e gerando um efeito de compressão lateral.

 

Como identificar o Joelho varo?

Sinal visível: o sintoma mais evidente é a arqueadura das pernas.

Em adultos: pode haver dor ou desconforto na parte interna do joelho, especialmente após esforço físico.

Em crianças pequenas: muitas vezes não há sintomas, e o diagnóstico é feito pela observação do desalinhamento.

 

Quando não tratado, o joelho varo pode provocar:

  • Dor nas articulações, principalmente ao caminhar ou subir escadas;
  • Desgaste acelerado da cartilagem, devido à distribuição desigual das cargas;
  • Aumento do risco de osteoartrite, já que o atrito anormal favorece o processo degenerativo do joelho.

 

Joelho valgo

O genu valgo, conhecido popularmente como joelho valgo ou em X, é uma alteração no alinhamento dos membros inferiores em que os joelhos se voltam para dentro, em vez de permanecerem alinhados para a frente. Essa condição geralmente ocorre por rotação interna dos fêmures, associada a características estruturais do corpo ou à falta de fortalecimento da musculatura que estabiliza a articulação.

O alinhamento do joelho pode ser avaliado pelos eixos anatômico e mecânico.

O alinhamento normal é definido quando a linha que liga o centro do quadril ao centro do tornozelo (eixo mecânico do membro) passa pelo centro do joelho.

No caso do joelho valgo, o ângulo anatômico tibiofemoral ultrapassa os 10°, caracterizando o desalinhamento.

Quando o desvio em valgo é acentuado, diferentes estruturas musculares e ligamentares sofrem alterações:

Encurtamento de tecidos do lado lateral do joelho (retináculo lateral e banda iliotibial);

Alongamento e enfraquecimento do músculo vasto medial, parte do quadríceps responsável pela estabilização interna;

Desalinhamento da patela, que passa a ser tracionada para fora, aumentando o risco de subluxação e luxação.

Esse desequilíbrio muscular e ligamentar favorece sobrecarga na articulação e contribui para dores, instabilidade e risco de lesões repetitivas.

 

Os principais sinais e queixas relatados por pessoas com joelho valgo são:

  • Dor no joelho, especialmente na face interna e anterior;
  • Dificuldade em atividades do dia a dia, como caminhar longas distâncias, subir e descer escadas ou praticar esportes;
  • Progressão da deformidade angular, tornando o desalinhamento cada vez mais evidente;
  • Instabilidade, que pode gerar sensação de falseio ou insegurança ao apoiar a perna.

A avaliação ortopédica é fundamental para identificar a gravidade do desalinhamento e indicar o tratamento mais adequado, que pode envolver desde fortalecimento muscular e fisioterapia até intervenções cirúrgicas em casos mais severos.

 

Condropatia patelar

Condropatia patelar
Condropatia patelar

 

A condropatia patelar é uma condição que provoca dor na região anterior do joelho e pode atingir pessoas de todas as idades. Está relacionada a alterações na cartilagem da patela — osso sesamoide localizado na frente do joelho, que liga o tendão do quadríceps ao tendão patelar.

Esse osso desempenha papel essencial no mecanismo extensor do joelho, pois funciona como uma alavanca que potencializa a força do quadríceps e facilita a movimentação. Justamente por suportar alta pressão, especialmente durante a flexão do joelho, a cartilagem patelar é uma das mais espessas do corpo humano.

Quando essa cartilagem sofre alterações em sua forma, consistência, propriedades mecânicas ou estrutura, instala-se a condropatia patelar.

 

Diversos fatores podem contribuir para o surgimento da doença, entre eles:

  • Luxação recorrente da patela;
  • Mau alinhamento da patela ou do mecanismo extensor;
  • Sobrecarga mecânica sobre o joelho, comum em esportes e atividades repetitivas;
  • Traumas diretos na região anterior do joelho;
  • Doenças degenerativas, como artrose e artrite inflamatória.

 

A condropatia patelar pode atingir diferentes perfis de pacientes, mas é mais frequente em dois grupos:

 

Jovens, especialmente mulheres, devido à hiperfrouxidão ligamentar e desalinhamento do mecanismo extensor, associados ou não a episódios de luxação da patela;

Adultos de meia-idade e idosos, em que o quadro geralmente está ligado a alterações degenerativas da cartilagem, como a artrose patelofemoral.

O diagnóstico precoce e a avaliação individualizada são fundamentais para definir o tratamento mais adequado e evitar a progressão da doença.

 

Instabilidade patelar

Instabilidade patelar
Instabilidade patelar

 

A instabilidade patelar é uma condição em que a patela (rótula) não se movimenta corretamente dentro da tróclea do fêmur, seu “encaixe natural”. Nesses casos, a rótula tende a deslizar para fora da posição adequada, o que pode gerar dor, desconforto, perda de força muscular e, em situações mais graves, até a incapacidade funcional do joelho.

Na maioria das vezes, a instabilidade patelar está associada a um conjunto de fatores anatômicos e estruturais, entre eles:

  • Patela alta (mal posicionamento vertical da rótula);
  • Excesso de rotação da tíbia ou do fêmur;
  • Displasia de tróclea (formato anormal do sulco onde a patela se movimenta);
  • Displasia da patela (alteração no formato da própria rótula);
  • Joelho valgo (joelhos voltados para dentro, em “X”);
  • Frouxidão ligamentar, que facilita o deslocamento da patela.
  • Luxação da patela: a complicação mais preocupante

 

O maior risco da instabilidade patelar é a luxação da patela, quando a rótula realmente sai do lugar. Esse deslocamento pode causar lesões graves, como o dano à cartilagem da patela ou da tróclea, acelerando o desgaste articular e aumentando a chance de artrose precoce.

 

Em alguns pacientes, a deformidade é tão acentuada que altera o vetor de força do quadríceps, prejudicando a extensão do joelho. Isso pode resultar em:

  • Perda de força muscular;
  • Episódios de queda;
  • Dor recorrente;
  • Instabilidade ao caminhar ou praticar atividades físicas.

 

O tratamento é direcionado para a causa específica do problema.

 

Lesão dos Meniscos

Lesão dos Meniscos
Lesão dos Meniscos

 

Os meniscos são duas estruturas internas do joelho, formadas por fibrocartilagem, que funcionam como verdadeiros amortecedores. Eles têm papel fundamental na absorção e distribuição das forças e impactos que passam pela articulação, além de contribuírem para a estabilidade do joelho durante os movimentos.

Nem toda lesão de menisco apresenta sintomas. Lesões pequenas, sem instabilidade ou inflamação, muitas vezes passam despercebidas e não causam dor ou outros sintomas.

Lesões maiores, com fragmentos deslocados (luxados) ou associadas a inflamação local (perimeniscite), tendem a ser sintomáticas e provocar limitações importantes.

 

Os sinais mais comuns incluem:

  • Dor localizada na linha articular, entre o fêmur e a tíbia (na parte medial ou lateral, dependendo do menisco afetado);
  • Estalos ou sensação de clique no joelho;
  • Travamento da articulação;
  • Sensação de instabilidade;
  • Inchaço, que pode surgir logo após a atividade ou de forma progressiva.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da lesão meniscal começa com a avaliação clínica e exame físico realizado pelo ortopedista. Para confirmar e detalhar a lesão, o exame mais utilizado é a ressonância magnética, que mostra a integridade da cartilagem e dos meniscos.

 

De acordo com sua causa, as lesões podem ser classificadas em três grupos principais:

 

Lesões traumáticas

 

São agudas, geralmente decorrentes de torção do joelho, muito comuns em esportes de contato. Podem estar associadas a outras lesões, como ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) ou até fraturas. Os padrões mais frequentes são as lesões longitudinais, radiais ou oblíquas.

 

Lesões por fadiga

 

Ocorrem pelo acúmulo de forças repetitivas sobre o menisco ao longo do tempo. Embora a ruptura possa aparecer de forma súbita, ela é resultado de um processo crônico de sobrecarga. São mais comuns as lesões radiais completas ou incompletas.

 

Lesões degenerativas

 

Relacionam-se ao desgaste progressivo do joelho, sendo comuns em pessoas de meia-idade ou idosos. Costumam estar associadas à artrose e, em geral, apresentam padrão horizontal ou complexo.

Tratamento: sempre precisa de cirurgia? Nem toda lesão de menisco exige procedimento cirúrgico.

Nos casos mais leves, o tratamento conservador com fisioterapia, fortalecimento muscular e medicações pode controlar os sintomas e devolver qualidade de vida.

Quando a cirurgia é necessária, o procedimento pode envolver o reparo da lesão ou a remoção do fragmento lesionado (meniscectomia parcial).

 

Lesão alça de balde

 

A lesão em alça de balde é um tipo específico de ruptura do menisco que geralmente ocorre em situações de torção do joelho com carga de peso corporal. Esse mecanismo é típico em esportes que exigem mudanças bruscas de direção, paradas rápidas ou impactos diretos, como no futebol, basquete ou esqui.

Quando o joelho sofre uma rotação sob pressão, o menisco pode se rasgar de forma que um fragmento se desloque para o interior da articulação, assumindo o formato característico de uma “alça de balde”.

Esse movimento anormal costuma acontecer quando o joelho está parcialmente flexionado, como durante a corrida ou no momento de aterrissagem após um salto. Muitas vezes, o paciente relata um estalo audível ou uma sensação súbita de ruptura, seguida de dor intensa e dificuldade para movimentar o joelho.

 

Derrame articular

Derrame articular
Derrame articular

 

O derrame articular do joelho, popularmente conhecido como “água no joelho”, acontece quando há acúmulo excessivo de líquido dentro ou ao redor da articulação. Esse inchaço pode surgir por diferentes motivos, desde lesões traumáticas até doenças sistêmicas, e representa um sinal de que algo não está bem na articulação.

 

O acúmulo de líquido pode ter origens variadas, sendo classificado em traumático ou atraumático:

 

Causas traumáticas

 

Ocorrem geralmente após lesões diretas no joelho, como:

 

  • Rupturas de ligamentos;
  • Fraturas ósseas;
  • Lesões meniscais;
  • Síndromes de overuse (uso excessivo), comuns em esportistas e praticantes de atividades repetitivas.

 

Causas não traumáticas (atraumáticas)

 

Nesses casos, o derrame está ligado a condições clínicas ou doenças sistêmicas, como:

  • Artrites autoimunes ou degenerativas (artrite reumatoide, artrose, etc.);
  • Infecções da articulação (artrite séptica);
  • Deposição de cristais (gota e pseudogota);
  • Tumores que afetam o joelho.

 

Como é feito o diagnóstico?

 

Para identificar a causa correta do inchaço, é importante uma avaliação clínica detalhada, que inclui:

 

  • Comparação entre o joelho afetado e o lado não acometido;
  • Exame físico sistemático, com manobras específicas para avaliar estabilidade e mobilidade;
  • Solicitação de exames de imagem (como raio-X, ultrassom ou ressonância magnética);

Em casos necessários, realização da artrocentese — punção do líquido intra-articular para análise laboratorial, fundamental no diagnóstico de infecções ou doenças inflamatórias.

 

Luxação no joelho

Luxação no joelho
Luxação no joelho

 

A luxação do joelho é uma lesão grave e pouco frequente, geralmente causada por traumas de altíssima energia, como acidentes automobilísticos, quedas de grande altura ou impactos esportivos intensos. Nessa condição, ocorre a perda da continuidade articular, ou seja, o desencaixe entre o fêmur e a tíbia, resultando em um deslocamento completo ou parcial dos ossos.

 

Além de extremamente dolorosa, a luxação do joelho pode comprometer ligamentos, cartilagens, nervos e vasos sanguíneos, trazendo risco de sequelas permanentes caso não seja tratada de forma adequada e imediata.

A apresentação clínica costuma ser bastante evidente, com sinais que indicam gravidade:

 

  • Dor intensa: dor aguda e incapacitante, que impede qualquer movimento do joelho e piora ao tentar apoiar a perna.
  • Deformidade visível: em muitos casos, a perna parece torta ou fora do lugar, mostrando claramente o desalinhamento ósseo.
  • Inchaço acentuado: resultado do acúmulo de líquido, edema e sangramento interno devido às estruturas rompidas.
  • Sensação de instabilidade: mesmo que o joelho volte à posição inicial (espontaneamente ou com ajuda médica), pode haver frouxidão devido ao dano ligamentar.
  • Dificuldade ou incapacidade de apoiar peso: o paciente geralmente não consegue sustentar o corpo sobre a perna lesionada.
  • Formigamento ou dormência: pode indicar lesão nos nervos que passam pela região do joelho.
  • Alterações vasculares: mudanças na coloração do pé (palidez ou arroxeamento) sugerem comprometimento da circulação sanguínea, situação considerada de emergência.

 

Tratamento da luxação do joelho

 

O tratamento depende de diferentes fatores, como a gravidade da lesão, a idade do paciente e a presença de lesões associadas (fraturas, rompimentos ligamentares ou danos vasculares).

 

Na maioria dos casos, a abordagem é cirúrgica, podendo envolver:

 

  • Reconstrução ou reparo dos ligamentos lesionados;
  • Estabilização óssea em casos de fraturas associadas;
  • Intervenções vasculares de urgência, se houver comprometimento da circulação;
  • Reabilitação intensiva com fisioterapia após o procedimento.

 

A luxação do joelho é uma emergência ortopédica que exige atendimento imediato. O atraso no diagnóstico ou no tratamento pode resultar em complicações graves, como necrose de tecidos, instabilidade permanente ou artrose precoce. A avaliação rápida em ambiente hospitalar é essencial para preservar a função do joelho e garantir melhor recuperação ao paciente.

 

Entorse de joelho

Entorse de joelho
Entorse de joelho

 

A entorse é uma lesão causada por torção da articulação, sendo muito comum em atividades físicas e esportivas. O joelho é a segunda articulação mais afetada por entorses, ficando atrás apenas do tornozelo.

Quando o joelho sofre uma torção, diferentes estruturas internas podem ser comprometidas, como ligamentos, meniscos e cartilagens, exigindo diagnóstico preciso e, em alguns casos, tratamento específico.

Quando procurar atendimento médico?

Após uma torção do joelho, é fundamental procurar avaliação médica imediata se houver:

 

  • Dor intensa ou persistente;
  • Inchaço visível na articulação;
  • Dificuldade de apoiar o peso ou movimentar o joelho;
  • Sensação de deslocamento, como se o joelho estivesse fora do lugar;
  • Instabilidade ou falseio, indicando possível lesão ligamentar.
  • Lesões que podem ocorrer em entorses do joelho

 

Entre as principais complicações associadas à torção do joelho, estão:

  • Lesões ligamentares
  • Ligamento Cruzado Anterior (LCA)
  • Ligamento Colateral Medial (LCM)
  • Ligamento Cruzado Posterior (LCP)
  • Lesões do canto póstero-lateral e do Ligamento Colateral Lateral (LCL)
  • Lesões meniscais
  • Lesões da cartilagem articular
  • Lesões do mecanismo extensor (tendão patelar ou tendão quadricipital)
  • Fraturas associadas em casos mais graves.

 

O tratamento da entorse do joelho depende diretamente das estruturas lesionadas e da gravidade da torção.

Nos casos mais leves, em que ocorre apenas estiramento dos ligamentos sem instabilidade, o tratamento é geralmente conservador, com repouso, fisioterapia e medidas para controle da dor e do inchaço.

Em situações mais graves, com lesões ligamentares ou meniscais significativas, pode ser necessário tratamento cirúrgico para restaurar a estabilidade do joelho.

A entorse do joelho é uma lesão frequente e que pode variar de simples a grave. O diagnóstico precoce e o acompanhamento com ortopedista são essenciais para definir a conduta correta e evitar complicações, garantindo uma recuperação segura e retorno às atividades normais.

 

 

 

 

Dr. Arthur Rodrigues

Ortopedista

Especialista em Cirurgia de Joelho

CRM: 25029 RQE: 17260

  • Formação em Medicina na Universidade de Uberaba, MG;
  • Residência em Ortopedia no Hospital das Clínicas da UFG;
  • Especialização em Cirurgia do Joelho no Hospital das Clínicas da UFG;
  • Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT);
  • Membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Joelho (SBCJ);
  • Atua como especialista em Joelho na Clínica Ortotrauma Samaritano e CRD Medicina Diagnóstica.

 

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